Criança Feliz apoiará estados e municípios com programas de desenvolvimento infantil


Programas como o Família Que Acolhe, de Boa Vista (RR), e o Primeira Infância Melhor (PIM),
do Rio Grande do Sul, terão investimento para fortalecer as ações


Brasília - A atenção com a primeira infância ajuda a prevenir problemas futuros e permite um futuro melhor para a criança e a família. Programas com o Família Que Acolhe, de Boa Vista (RR), e o Primeira Infância Melhor (PIM), do Rio Grande do Sul, são exemplos de que o acompanhamento da família da gestação até os três primeiros anos consegue transformar a vida de todos.

Estados e municípios que promovem ações de desenvolvimento infantil por meio de visitas domiciliares terão apoio financeiro do Programa Criança Feliz para fortalecer suas estratégias. Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), o Criança Feliz, lançando nesta quarta-feira (5), terá como meta atingir quatro milhões de crianças do Programa Bolsa Família.

Em Boa Vista, o Família Que Acolhe está ativo há três anos e acompanha as crianças da gestação até os seis anos de idade. A estratégia atende 15 mil crianças, todas beneficiárias do Bolsa Família. A condição para participar do projeto é integrar o programa de transferência de renda do governo federal. Além do Bolsa Família, o programa oferece acesso ao pré-natal, fonoaudiologia e pediatria. As mães e os pais também recebem orientações sobre os cuidados durante a gravidez e com a criança, e ainda têm vaga garantida em creches e escolas municipais.

Segundo a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, o programa municipal tem dado um resultado muito positivo. “É um projeto complexo, onde trabalhamos a educação e também os vínculos, os valores. O olhar cuidadoso com a primeira infância se reflete para o resto da vida”.

No Rio Grande do Sul, o PIM tornou-se lei estadual em 2006 e já alcançou 243 municípios e mais de 51 mil famílias são acompanhadas. Por meio de visitas domiciliares, as famílias são orientadas, a partir de sua cultura e experiências, para que promovam o desenvolvimento integral das crianças desde a gestação até os seis anos de idade.

O PIM se tornou objeto de pesquisas nacionais e internacionais que mostraram a efetividade do programa. Um exemplo foi a Universidade McMaster do Canadá que percebeu o maior protagonismo dos pais na vida escolar das crianças. “A Universidade de Porto Alegre mostrou um parecer onde as crianças mais vulneráveis, que são o nosso público, chegam em um mesmo nível de desenvolvimento que aquelas que não têm os mesmos problemas como renda ou saneamento”, explicou a coordenadora do programa, Gisele Mariuse.

Internacional – O estímulo à criança do nascimento até os três anos de vida vem sendo desenvolvido também por outros países. A diretora da China Development Research Foundation e especialista em desenvolvimento infantil, Mary Young, afirma que os primeiros três anos de vida são os mais vulneráveis. "As crianças são a base para todo o desenvolvimento sustentável. Elas têm o direito de prosperar, de desenvolver o seu pleno potencial e viver num mundo sustentável.”

O Head Start Program e o Early Head Start, dos Estados Unidos, são exemplos de programas que acompanham a família desde o início da vida do bebê. Eles apoiam o desenvolvimento mental, social e emocional das crianças do nascimento até cinco anos de idade. Além de serviços de educação, os programas proporcionam às crianças e suas famílias saúde, nutrição, assistência social e outros serviços.

Na América Latina, o Chile se destaca com o Chile Crece Contigo. O programa é um sistema integral de proteção à criança e a missão é acompanhar, proteger e apoiar plenamente a todas as crianças e suas famílias mais vulneráveis. A coordenação é do Ministério do Desenvolvimento Social e também participam os ministérios da Saúde, Educação, Trabalho, o Serviço Nacional da Mulher, o Conselho Nacional de Creches e o Serviço Nacional de Deficiência.

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