REP: A dona Rosa Carneiro de Souza, de 56 anos, sempre foi da roça e não tem quem faça ela sair de lá. Viúva desde os 30 anos, criou os quatros filhos com o suor do trabalho no campo. Só que a seca castiga a comunidade Cansação, lá em Conceição do Coité, na Bahia./
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1’45 – 2’22’ - Eu não tinha horta, eu ia fazer o quê? No tempo que é o inverno eu plantava coentro, cebolinha, cebola [...] e o tempo seco. Eu saia daqui com um baldinho de água para ir molhar na roça. Não tinha água e essa cebola dava pelo mistério de Deus, porque um pingo de água para cebola botar cabeça é muito difícil, né.
REP: Mas há pouco mais de um ano, a vida da aposentada é uma fartura só./ Isso porque ela recebeu, do governo federal, uma cisterna para armazenar água para a produção de alimentos e para cuidar dos animais. A cisterna de enxurrada, construída no quintal da dona Rosa, aproveita o caminho que a água da chuva percorre quando cai na propriedade. Como uma enxurrada, a água é conduzida até um sistema de coleta composto por dois decantadores. Eles filtram o excesso de terra e alguma sujeira. Em seguida, toda a água é armazenada em um reservatório com capacidade de 52 mil litros de água.
Só em 2016, mais de 10 mil sistemas como este, que apoiam a produção de alimentos, foram entregues pelo governo federal.
Dona Rosa – que agora, além de criar aves, planta frutas, tomate, pimentas e feijão nos canteiros produtivos - conta com alegria o que mudou na vida dela com a chegada da cisterna.
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6’15 – 7’05 - Para mim, mudou muita coisa. Eu vivo descansada de carregar água nesse mundo. [...] E hoje tem minha cisterna aí. Quando chove que enche de água, desce tudo e eu pedindo outra. [...] Foi bom demais essa cisterna.
REP: Além de agora poder produzir para o consumo próprio e para vender, a dona Rosa também é uma guardiã das sementes crioulas – nativas do sertão./ A ação, apoiada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, promove a biodiversidade, amplia a produção agrícola e garante a segurança alimentar e nutricional das famílias rurais do Semiárido.
De Brasília, André Luiz Gomes