10 de março de 2016        


“Estou muito feliz com meu livro e com o lugar onde estou”
Com paralisia infantil, maltratada pela vida, Soninha se tornou escritora e hoje está feliz com a nova vida

Foto: Ana Nascimento/MDS


Sorriso fácil, maquiagem feita, cabelos arrumados e recém-pintados de vermelhos, Sônia Regina Ferreira Pinto, 60 anos, não contém a alegria ao falar de sua conquista: o livro sobre a sua vida. Soninha, como todos a conhecem, tem paralisia infantil.

Há quatro anos, ela vive na residência inclusiva Vila do Pequenino Jesus, em Brasília. Depois de tantos sofrimentos, finalmente ela pode dizer que está feliz. “Estou muito feliz com meu livro e feliz com o lugar onde estou hoje. Eu gosto muito da Vila. Tenho muitos amigos e não quero mais sair daqui.”

Escrever o livro Meu nome é Soninha e esta é a minha história a ajudou a aceitar tudo o que passou. Faltava uma semana para o aniversário de oito anos, quando a família soube que não ia conseguir mais andar. À época, ela morava em São Paulo (SP), era a única filha – ela tem quatro irmãos – e tinha a adoração dos pais. “Meu pai sempre me levava para passear. Íamos à padaria e ele me levava para ir ver o jogo do Corinthians.”

A deficiência de Soninha virou um fardo para os pais. “Quando o médico falou que eu não ia andar mais, meu pai levou um choque. Hoje eu entendo isso. Ele começou a me deixar de lado, como um móvel”, lembra com os olhos mareados. A escritora conta que por vezes ficava sem comer e sofria maus tratos físicos e psicológicos do pai.

Para aliviar o fardo, o pai decidiu colocar a Soninha em um orfanato. “Minha mãe não fez nada. Ela fazia tudo que ele mandava”, conta. Os anos no orfanato foram os piores possíveis. O pai mandava apenas restos de comida para a filha e houve vezes em que ela ficou presa na cama.

Aos 16 anos, ela foi levada por uma mulher que prometeu adotá-la. Mas, na verdade, Soninha foi parar em uma casa de prostituição. Ela não conta muito sobre essa parte da vida, mas os detalhes estão no livro.

BPC - Soninha recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC) desde os 40 anos. Com o dinheiro, ela pode se manter nas instituições pelas quais passou. “Estava em uma casa de repouso quando comecei a receber. Passei por várias outras instituições diferentes, em diversos estados, ficava em média de dois a três anos”, lembra. Assim como ela, 2.326.862 pessoas com deficiência recebem o benefício, que já existe há 20 anos, por meio da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).

Antes de morar em Brasília, Soninha vivia na Toca de Assis de Curitiba (PR), uma instituição privada de assistência social. “A Toca de Assis ia fechar e então achei a Vila do Pequenino Jesus pela internet”, narra. Jacqueline Fonteles, voluntária na Vila e “anjo” da Soninha, acompanhou a escritora desde a sua chegada à instituição. “Ela era impaciente, era zangada com o mundo, com Deus, com todos. Mas mesmo assim ela rezava sempre. Hoje ela está mais calma, se encontrou na vida.”

A ideia de escrever foi da médica Amanda Rocha, que trabalha na residência inclusiva. Ela ouviu todas as histórias de Soninha e depois passou para o papel. O processo durou dois anos. “Toda a elaboração do livro também serviu como um processo de cura. Foi a primeira vez que ela contou toda sua história. Depois disso, eu acredito que ela se tornou uma outra Soninha”, avalia Jacqueline.

Sentada na varanda da instituição, Soninha conversa com todos – colegas de quarto, voluntários e cuidadoras. “Se não converso, parece que falta alguma coisa. Eu falo muito”, diz. Na casa, ela recebe o acompanhamento de terapeutas ocupacionais e psicólogas. Todas as quartas-feiras, Soninha faz palestras. Os assuntos são diversos: drogas, superação, as dificuldades da vida. “O pessoal gosta muito”, fala orgulhosa.

Ir para Brasília foi o início da mudança da vida de Soninha. “Estar na Vila me ajudou a superar meu passado”, explica. Com a venda dos livros, ela espera comprar uma cadeira de rodas nova, mais moderna. “Esse é o meu sonho.”

O Bolsa Família prioriza as mulheres como titulares do cartão, o que tem transformado vidas em todo o Brasil. Essa escolha não é à toa, é pra garantir que as mulheres tenham os meios pra conquistar sua independência e tenham em suas mãos o poder de decisão. Dos 14 milhões de beneficiários do Bolsa Família, 92% dos titulares são mulheres.

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Trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e da área da saúde podem se inscrever, até 18 de março, para o Curso de Aperfeiçoamento em Atenção Integral à Saúde de Pessoas em Situação de Rua. Ministrado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o curso será à distância, com encontros presenciais. São 500 vagas voltadas para equipes dos Consultórios na Rua.

Calendário de março

  • 17/3 - Encontro Regional Sudeste dos Gestores Municipais de Assistência Social, no Centro Cultural e Turístico de Venda Nova do Imigrante, em Vitória (ES)



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Imagem de rodapé - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome